20/03/2019 6z651s
Nesta edição do CITY TOUR apresentamos Santa Cruz de Minas, a menor cidade do Brasil em território, encravada no “marco zero” da Estrada Real, entre Tiradentes e São João Del Rei.
COMO CHEGAR
Partindo de Belo Horizonte, Brasília ou do Rio de Janeiro, o aventureiro rodará a maior parte do tempo pela BR-040, até a cidade de Barbacena, e só 60km pela BR-265, entre Barbacena e Santa Cruz.
Com essa regra o brasiliense rodará pela BR-040 aproximadamente 900km; o belo-horizontino, 175km; e o carioca, 275km, em qualquer caso acrescido dos 60km narrados anteriormente.
Para o paulista que partir da capital o trajeto total será de 475km, sendo 365km pela Rodovia Fernão Dias (BR-381) e o restante pela BR-256.
HISTÓRIA
Diz a história que Santa Cruz de Minas começou a ser povoada no início do século 18, tendo como motivo principal a extração e o beneficiamento da areia do quartzo e do cal.
A ocupação se deu concomitantemente com a formação das Vilas de São José del Rei (Tiradentes) e São João del Rei, com a qual hoje mentém conurbação entre suas divisas.
Sabe-se que as primeiras notícias de ocupação na região se deram junto ao Porto Real, nome esse que foi a primeira nomenclatura da cidade e que situava exatamente onde fica hoje a ponte sobre o Rio das Mortes, que divide os dois municípios.
A emancipação definitiva da cidade ocorreu em dezembro de 1995, desmembrando-se de Tiradentes e ando então o turismo a ter relevante papel econômico na sua economia.
A CIDADE
A pequenina cidade possui apenas 3 km², com vocação similar ao do Distrito de Bichinho: é referência na fabricação de artesanato e móveis em estilo colonial, feitos com madeira de demolição.
Toda a área da cidade (rural e urbana) é menor que alguns bairros da cidade de São João del Rei, e quase nunca sabemos quando estamos num ou noutro município.
Pouco mais de 30 ruas compõem a área urbana de Santa Cruz de Minas, cuja divisa natural ao sul é o rio das Mortes, e ao nordeste o maciço rochoso de São José, que segue imponente até a cidade de Prados.
Santa Cruz de Minas, consagrada como o menor município do Brasil, tem seu nome ligado à tradição católica que pode ser observado no cruzeiro impresso na fachada da imponente da Igreja Matriz de São Sebastião, bem como nos nomes sugestivos de seus prédios comerciais.
Não precisamos de muito tempo para rodarmos em todas as suas ruas, sempre bem conservadas e limpas, fonte de orgulho para os pouco mais de 8mil santa-cruzenses que vivem por lá.
TURISMO
Se a cidade é anã em tamanho, é gigante no polo turístico. Um terço de suas terras encontra-se na Serra de São José, incluindo a disputadíssima “Cachoeira do Bom Despacho” e a formação rochosa chamada “Cadeira de Deus”.
O entorno da cachoeira mantém uma boa, porém rústica infraestrutura para receber o visitante, que se esbaldam em várias piscinas naturais, trilhas e cascatas durante o verão e nos dias quentes.
É nessa área que se concentra todo o potencial turístico da cidade, fazendo-a receber turistas aventureiros o ano todo, quer para curtir suas águas refrescantes, quer para galgarem as montanhas em escaladas, rapel e outros esportes de aventura.
Não há portaria e o muro de pedras que a cerca tem cerca de um metro de altura. Não há sanitários, lanchonetes ou outro prédio qualquer que possa oferecer algum conforto ao visitante, porém alguns vendedores ambulantes sempre aparecem para suprir-nos algumas dessas necessidades.
Lugar para estacionamento não falta e a área destinada para os veículos é bem ampla e organizada, desde que se use de forma inteligente pelos visitantes.
MARCO ZERO DA ESTRADA REAL
No pátio gramado do imenso “estacionamento” vamos encontrar um marco da Estrada Real. Mas então muito cuidado, não é um marco qualquer, mas o “marco zero” da Estrada Real
Embora Paraty, no Rio de Janeiro; e Ouro Preto, em Minas Gerais, estejam nas extremidades do eixo principal do caminho velho pelo Instituto da Estrada Real, isso não significa que algum deles sejam considerados “o início da estrada”.
Portanto, o único Marco Zero da Estrada Real é o de Santa Cruz de Minas, conforme você poderá conferir no site oficial do Instituto Estrada Real.
NOSSA VIAGEM
Já estivemos em Santa Cruz de Minas por várias vezes, já que frequentemente viajamos para São João del Rei e região, bem como a cidade já foi objeto de matéria especial que fizemos com o título “Sob o céu da inconfidência“ .
Desta feita seguimos para Santa Cruz de Minas a partir de Tiradentes, rodando pela Estrada Real com chuva fina e fria durante o trajeto todo, com raros momentos de tréguas.
A pista, embora regular, é toda feita em paralelepípedo ou pé de moleque, sempre escorregadia em qualquer época do ano, principalmente quando molhada pelas chuvas.
RUMO A SANTA CRUZ PELA ESTRADA REAL
A distância entre as duas cidades por essa rota é de 5km, e a divisa dos município está exatamente no meio desse percurso, com um belo pórtico em metal dando boas-vindas aos visitantes de Santa Cruz de Minas.
E é justamente nas proximidades desse pórtico que chegamos no Refúgio Estadual de Vida Silvestre Libélulas da Serra de São José, ao lado da Cachoeira do Bom Despacho.
Mais uma vez nos surpreendemos com a bela imagem do local, imagem essa aprimorada pela relva molhada que faz destacar a luz e as cores vivas, dando um ar lúdico ao parque.
Porém, a despeito da beleza que encontramos por lá, a cachoeira não inspirava-nos, de forma alguma, a curtir suas duchas refrescantes, principalmente pelo frio que fazia no momento.
Seguimos nosso trajeto pela curta rodovia e em poucos minutos estávamos na área urbana de Santa Cruz de Minas, posando para a foto característica junto ao marco oficial da Estrada Real.
Bom lembrarmos que nosso destino oficial naquele dia era a cidade de São João Del Rei, mas desta vez resolvemos esmiuçar a menor cidade do Brasil, rodando todas suas ruas, mesmo debaixo d´água.
A Parada mais demorada foi mesmo na Praça da Matriz e nem poderia ser diferente: é a maior e praticamente a única da cidade.
Com o frio que fazia por lá, coisa rara em Minas Gerais, o jeito foi nos aquecer numa padaria com um chocolate quente e … pãezinhos de queijo, só para variar.
VÍDEO TOUR POR SANTA CRUZ DE MINAS
Não ficamos mais tempo pois outros compromissos nos aguardavam em São João del Rei. Assim, deixamos mais uma vez para trás Santa Cruz de Minas, lembrando que para lá voltaremos muitas outras vezes, com certeza.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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Achei o texto interessante. Estive em Santa Cruz de Minas em novembro do ano ado justamente em razão do Marco Zero da Estrada Real. Estava em Tiradentes e um taxista, senhor Cláudio, nos levou até lá. Minha esposa e eu amos um mês em Minas, e nosso transporte foi o ônibus. Moramos em Belém do Pará e traçamos dois roteiros, partindo de BH. Primeiro, São João Del Rey, de onde fomos para Tiradentes, e no meio do caminho, Coronel Xavier Chaves e Prados. Em Tiradentes retiramos nosso aporte do Instituto Estrada Real. Depois, Congonhas e Ouro Preto, e BH. De lá, fomos para Diamantina, Serro e Milho Verde. É claro que pretendemos voltar à Estrada Real.
Agradecemos o comentário em nossa matéria e aproveitamos para convidar o amigo a também ler outras referente a magnífica Estrada Real, lembrando que em cada uma delas colocamos muitas fotos e vídeos dos principais lugares.