As últimas quedas d´água do Rio Claro ocorre em São Simão, no Distrito de Itaguaçu, e recebem visitantes durante o ano todo. O Portal D Moto esteve lá e trouxe para você mais uma maravilha da natureza. Vamos ver? e2x31
EM ITAGUAÇU 1c2l3m
Deixamos São Simão pouco depois da hora do almoço, com destino às cachoeiras do Rio Claro, já que não havia um só “canalense” que não tivesse insistido para que fôssemos apreciar essas cascatas. O pequeno Distrito fica a menos de 19km da sede do município e a ele seguimos pela BR 364 por aproximadamente 10km, para rodar mais 9km pela BR 483 (GO164).
O Distrito ostenta pouco mais de uma dezena de ruas bem projetadas, asfaltadas e com casas simples, porém todas bem construídas e organizadas. Embora distante de São Simão, percebe-se uma boa infraestrutura no local, com vários mercados, comércio em geral, praças arborizadas, Igrejas e até um posto de combustíveis da Petrobrás.
Não tem como errar, é só seguir em frente que chegaremos às Cataratas de Itaguaçu, que fica praticamente dentro do bairro. A princípio, quando amos a “ponte branca” sobre o Rio Claro, nos decepcionamos um pouco: “Será que é só isso?!”. Esperávamos mais e as corredeiras pareciam, por aquele ângulo, bem singelas.
Porém percebemos logo a seguir uma outra ponte, essa “vermelha” da cor da terra, e seguimos em sua direção, mesmo percebendo que o asfalto terminava logo depois dela. Foi aí que extasiamos. Uma sucessão de cascatas numa “garganta” profunda, tirava-nos o fôlego de tanta beleza. “Aí sim, muito legal”. Descemos ali mesmo para contemplar aquelas paisagens maravilhosas.
NAS CASCATAS DE PERTINHO
Retornamos alguns metros e embrenhamos em pequenas trilhas que nos levariam para mais perto daquela imensidão de águas, quando constatamos estar numa ilha. Sim, justamente naquele ponto das cataratas o rio dividia-se em dois, justificando as duas pontes que mencionamos anteriormente. Ali soubemos tratar-se do Rio Claro, afluente do Rio Paranaíba.
Embora não saibamos de nenhum projeto para uma represa naquele local, o volume d´água que ele projeta entre o leito de pedras já foi responsável por cinco hidroelétricas em seu curso de cerca de 400km. A última hidrelétrica do Rio Claro ocorreria a menos de 15km de onde estávamos, quase em sua foz, quando deita todo seu líquido em território sulmatogrossense.
Nascendo na Serra de Caiapós, entre Jataí e Caiapônia, o Rio Claro segue abastecendo várias cidades ribeirinhas, a principal delas Jataí, apresentando em todo seu percurso inúmeras praias, cachoeiras e locais de pesca e camping. Com seu leito em pedras, torna-se bastante procurado para práticas de rafiting, canoagem e outros esportes radicais.
Evidentemente não teríamos tempo hábil para conhece-lo em seus pormenores. Assim, procuramos algumas trilhas na vegetação ciliar adjacente e, com a ajuda de moradores do local, conseguimos a façanha de chegar bem próximo de suas partes mais críticas, como no alto da garganta, nas pedras limbosas e próximo de seu leito mais fundo.
Não existe no local um “Parque Oficial”, como ocorre nas Cataratas do Iguaçu, no Paraná, mas há empreendimentos particulares ainda rudimentares que estão em pleno desenvolvimento e que fazem as vezes do setor público, mantendo segurança, comodidade e diversão para os visitantes, e ainda propiciando informações sobre as atividades disponíveis aos turistas.
Matheus, 17 anos, fez questão de nos acompanhar nessa aventura próximo das quedas e, como exímio nadador, gravou algumas imagens em lugares que jamais chegaríamos por nossa conta. Acompanhando seus relatos percebemos que a juventude dali usa das Cascatas como um “quintal de casa”, brincando nelas independentemente dos perigos que representam.
Por falar em perigo, quando menos percebemos vimos o jovem Matheus se esgueirando sobre os antigos cabos de aço de uma ponte pênsil desativada, para depois se precipitar na água num mergulho. Em minutos chegou até nós e convidou-nos para conhecermos uma caverna, cuja entrada era no meio da cascata maior. Dispensamos o convite, é claro.
Várias famílias costumam se apinharem nos verdejantes gramados das margens superiores das cataratas, cuidando de fazerem seus pic-nicks de finais de semana, muitas vezes deixando as crianças brincarem muito próximas das águas que pareciam calmas, mas eram as que se precipitariam em segundos na imensa “garganta” das cataratas
Eliseu, sua esposa Regina e os filhos comandam um estabelecimento bastante sui generis naquele lugar: Restaurante, pousada e bar, exatamente entre as duas margens do grande rio. Convidaram-nos para que ficássemos por ali naquela noite, para ouvirmos o estrondo das águas na madrugada, mas outros afazeres nos impediram.
amos toda a tarde entre uma cascata e outra, correndo por trilhas nas matas que nos levavam por lugares que só os nativos de lá conhecem, e trouxemos na bagagem muito conhecimento e experiências novas.
AS CATARATAS
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CRÉDITOS
Texto, imagens e edição: Marcos Duarte
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