NA “CAPITAL DA ORAÇÃO” 4r4m53

A história da cidade no quesito religiosidade é de grandeza nacional, com poucos precedentes que possam retirar o justo título de “Capital da Oração” de Prudentópolis.

Aliás, a religiosidade está intrínseca na população de lá desde sua fundação e em suas magníficas igrejas, muitas delas verdadeiras obras de arte sediadas em estradinhas de terra da periferia. 

E o codinome “Capital da Oração” vem mesmo a calhar, na mesma proporção do título “Terra das Cachoeiras Gigantes”, também conferido à cidade. Nos dois casos são mais de 100 exemplares catalogados que justificam as honrarias.

E não são só as mais de cem igrejas espalhadas pelo município que lhe conferem tais benesses, mas a fervorosidade com que o povo pratica a religião, principalmente a católica, que pode ser rezada da forma tradicional que conhecemos ou, com mais ênfase por lá, sob o rito ucraniano.

Talvez seja essa religiosidade a responsável pela amabilidade e honestidade do povo, refletida em suas tradições ucranianas, festas típicas, artesanatos diversos, neles incluindo os famosos bordados e as pêssankas, que são aqueles ovos de aves pintados magistralmente a mão.

Mostramos nesta matéria um tour pelas mais conhecidas igrejas da cidade, não tecendo, porém, qualquer sentido de serem elas as principais ou mais importantes, pois todas têm importância igual para as religiões esposadas.

Construída em forma de cruz, em estilo bizantino, é tida como uma das mais belas do país. Foi construída na segunda década do século 20 pelos padres Basilianos que vieram ao Brasil.

Ao todo a Igreja apresenta 3 abóbodas, sendo a maior delas ao centro, cobrindo a nave principal, e as outras duas cobrindo os átrios laterais do templo.

O altar-mor ostenta as relíquias católicas, havendo uma divisão entre a nave principal e o sacrário pelo chamado “ikonostás”, uma espécie de biombo que divide o clero dos fiéis, todo ele adornado com imagens de santos e insígnias religiosas.

Os objetos de arte entalhados em madeira e as típicas toalhas bordadas, juntamente com as relíquias trazidas da Ucrânia, podem ser vistas no interior do templo.

Estivemos na Igreja durante uma pesada reforma, com muita gente especializada trabalhando na restauração das partes interna e externa.

Como curiosidade, o púlpito é outra arte em si mesmo. Construído em forma de barco, simboliza São Pedro, discípulo de Jesus, com seus apetrechos de pesca.

A igreja fica no centro da cidade e as celebrações preservam a língua ucraniana e o rito bizantino ucraniano católico.

Tombada em 1979 pela Secretaria de Cultura do Estado do Paraná, como patrimônio artístico e cultural do Paraná, possui em seu campo um campanário, com seis sinos, uma estátua de Cristo e uma gruta, com a imagem de Nossa Senhora de Lourdes.

Esta igreja lembra tantas outras espalhadas pelo Brasil afora, construída em estilo colonial clássico, com duas torres frontais e seus campanários tradicionais. Foi concluída no ano de 1900.

É a primeira igreja fundada na cidade a utilizar-se do rito latino, o que vemos normalmente em quase todas as igrejas do país.

Seu idealizador foi o padre Antonio Ryman, vindo da Polônia juntamente com dezenas de famílias de imigrantes.

Esses poloneses trouxeram consigo a fé e a religiosidade cristã, misturando-se na cidade aos demais brasileiros e imigrantes ucranianos e alemães.

A Igreja matriz de São João Batista é o marco central de Prudentópolis e está sediada na sua praça principal.

O Santuário foi construído na década de 1950, em estilo gótico, com uma torre central bem alta, estendida em direção aos céus.

No templo destacam-se os muitos vitrais coloridos com imagens de Nossa Senhora do Rosário e da Sagrada Família.

Uma imensa imagem da santa, com alguns metros de altura, está fixada nos jardins da Igreja, rente a rua, mas a imagem que mais chama a atenção é a que está no altar-mor, esculpida especialmente para a o templo.  

O Santuário também fica na parte central da cidade, na vizinhança do Museu do Milênio.

Igreja majestosa, se assemelha muito com a Matriz de São Josafat, não só em suas grandiosas dimensões, mas também no desenho arquitetônico.

Uma grande cúpula central cobre a nave principal. Seu projeto lembra uma cruz, com duas pequenas semi-cúpulas laterais e uma semi-cúpula maior cobrindo o sacrário, aos fundos. Na frente há uma cobertura mais alongada, faceando ao frontispício.

Construída em meados do século 20, em alvenaria contemporânea, tem o tom dourado das cúpulas a refletir a luz do sol com rara beleza.

Ao contrário das igrejas já apresentadas atá aqui, esta fica numa comunidade distante 15km do centro da cidade, exatamente nas margens da Linha Esperança, tendo como vizinhos algumas raríssimas residências e muitas plantações de fumo, feijão, etc.

No entorno da igreja vamos encontrar um jardim bem cuidado e, ao lado, um pequeno e sossegado cemitério.

Essa pequenina igreja, feita em madeira entre os anos 1978/79, tem formato oitavado e uma única cúpula central. Está situada em área rural, a 30km do centro da cidade.

Sua localização é nas margens da Linha Paraná, pouco depois do Recanto Perehouski e do Ninho do Corvo. Seu nome correto é Igreja Transfiguração do Nosso Senhor Jesus Cristo.

O destaque fica por conta da abóboda prateada, que reflete com grande beleza a luz solar e onde está fixado um grande crucifixo metálico.

O interior é de singeleza cativante, com piso em madeira caprichosamente encerado, grande quantidade de bordados ucranianos, cortinas, bandôs e muitos ornamentos típicos.

No entorno vamos encontrar um bonito jardim cercado com grade metálica e um espaçoso galpão para as festas tradicionais da comunidade local.

Uma das igrejas mais recentes da cidade e bem próxima ao seu centro urbano, foi transformada em Catedral no dia 13/07/2014, tendo como seu primeiro bispo D. Meron Mazur

O templo foi construído em alvenaria contemporânea, também em formato de cruz, fazendo destacar a grandiosa cúpula prateada que cobre a nave principal.

A construção do templo ocorreu entre os anos de 1995 e 1999, possuindo nela uma gruta em homenagem de N. S. de Lourdes.

Sua localização é praticamente junto da BR-373, nos primeiros cem metros da Linha Ivaí, na Vila Iguaçu.

Outra igreja de grande beleza está sediada na área rural da cidade, especificamente na comunidade de Barra Bonita, a 25km do centro de Prudentópolis.

Construída em alvenaria contemporânea, em formato retangular como um grande galpão comercial, tem uma única cúpula prateada cobrindo apenas o altar, na parte posterior do edifício.

Seu frontispício, porém, lembra uma típica igreja católica com vitrais multicoloridos e alpendre de concreto, protegendo as portas principais.

A construção ocorreu entre os anos de 1960 e 1972 e sua localização fica nas proximidades do Salto de São João.

Construída em estilo bizantino, em 1978, a igreja católica ucraniana está sediada em área rural da cidade regida pelo sistema de Faxinal.

O edifício de um pavimento, feito em madeira, tem as formas de um prédio retangular simples, de duas águas, com uma cúpula maior sobre o altar-mor, na parte posterior, e duas pequenas torres frontais sobre o telhado, que se assemelham a minúsculas cúpulas prateadas, a refletirem com beleza a luz solar.

A Igreja mantém um salão anexo seguindo as linhas arquitetônicas do templo, tudo cercado por gracioso jardim e fechado com um portão de ferro.

O templo ficava, em nossa visita, numa estradinha de terra (Linha Nova Galícia) a 8km da cidade. Porém, ao que soubemos, a via seria rapidamente pavimentada com pedras para melhorar o o às cachoeiras e aos bairros da periferia.

Como dissemos no começo desta matéria, são muitas as igrejas espalhadas pelo município, não só católicas, mas de outras denominações religiosas, que fazem da cidade uma verdadeira “Capital da Oração”.

Assim, vamos também encontrar no centro da cidade o Museu do Milênio, que mostra a chegada dos imigrantes ucranianos ao Brasil, com sua fé e sua religiosidade; vamos encontrar o Museu das Irmãs Servas, organizado conforme a época da chegada das irmãs ucranianas em Prudentópolis, e muito mais. 

UM VÍDEO TOUR PELA CAPITAL DA ORAÇÃO

Marcos Duarte s2w3e

Jornalista, advogado, motociclista desde 1970 e editor do Portal Aventuras desde agosto de 2014, já foi colaborador da Revista Moto Adventure e do Portal Damas Aladas, trazendo notícias do mundo das aventuras nos mais diversos segmentos.